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11/01/2018 / Publicado em Artigos Autorais

O eu diante do espelho

Uma mulher passa uma vida inteira a se considerar feia. O primeiro ponto: a clareza da fala apontava unicamente para o elemento “constatação” de suas formas e das qualidades de cada parte do seu próprio corpo. Segundo ponto: ela não é feia – nem mesmo de longe. Não seria amplamente considerada linda, nem por poucos deixaria de ser considerada bonita. A até então constatação, ressalte-se, a fazia sofrer, de modo que vinha a sofrer diante do espelho, perante os outros, marido, amigos, etc, mas, ela não conseguia encontrar nenhuma forma de alterar a sua estética (facial, sobretudo), nem reconstruir as suas concepções pessoais a respeito de si mesma – o que estava aparentemente associado, mais uma vez, à sua estética, se apresentando na forma de um mal-estar que se traduzia em vergonha/constrangimento, inibição e não aceitação de si.

Por vezes vivia o que chamou de “crises existenciais”, a partir do demasiado contingente de pensamentos que lhe vinham à cabeça em determinados momentos. Destarte, ela se dá conta de algo precioso, quando o analista lhe aponta um caminho. Todas as “vozes” que lhe falavam de sua suposta feiura se referiam às vozes/falas que a denegriam e a comparavam negativamente quando criança, em relação à sua irmã (considerada, portanto, mais agradável aos olhos de quem as assim avaliavam), e mais a frente, na adolescência, perante o seu círculo de amizades, e que, ponto fundamental, diga-se: ela jamais reagira, jamais viera a calá-los, de modo que as palavras – vindas de vários personagens da “peça” (assim ela se refere a algumas de suas vivências marcadas por tais questões) de sua existência, e que, em suma, lhes eram sumariamente ruins e que lhe faziam marcas – nunca morreram, pois ela nunca tivera se voltado para ressituar aquelas palavras/marcas/referências identificatórias, por um trabalho de reelaboração oportunizada pela sua fala dirigida a um terceiro que pudesse escutá-la com atenção especial.

Cito Freud: “Originalmente as palavras eram mágicas, e até os dias atuais conservaram muito do seu antigo poder mágico. Por meio de palavras uma pessoa pode tornar outra jubilosamente feliz ou levá-la ao desespero… Palavras suscitam afetos e são, de modo geral, o meio de mútua influência entre os homens”.

As palavras podem ser jardins magníficos, como podem também alcançar a condição de um tanque de guerra. Quanto à mulher, a quem me refiro, aposto na tese de que o descolamento de alguns significantes lhe faça se re-conhecer num novo encontro com o seu próprio corpo, e com o seu próprio ser (que, de agora em diante, lhes passam a ser, efetivamente, mais próprios). Essa é uma questão de primeira grandeza: o resgate de si no fascinante processo de lapidação da singularidade de cada sujeito.

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Concebo a clínica como lugar de vivificação da existência humana. Aqueles que se dão à oportunidade para esse importante passo, motivados a partir da presença de um sinto-ma, cuja razão de ser pode não estar revelada a priori, podem vir a encontrar, no seio da experiência por nós proposta, novas razões de ser para si próprio e, portanto, para um fazer mais interessante e pleno com a própria vida.

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