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05/05/2020 / Publicado em Artigos Autorais

Pandemia: qual a saída?

O que viralizou desta vez, não foi um texto,
uma foto, um vídeo ou um “meme”, mas, um vírus… Objeto de uma pandemia de magnitude histórica, capaz de fazer o mundo parar.

Há alguns dias, ao menos no imaginário coletivo, marcadamente cristão, tinha-se essa possibilidade lançada para o horizonte,
a partir de eventos apocalípticos. Em alta velocidade, do looping histórico – um dos aspectos definidores do mundo contemporâneo – ao vazio.

Aviões, navios, trens, ônibus e outros meios de transporte simplesmente pararam. Empresas, clubes, restaurantes, bares, academias, cinemas, teatros, templos religiosos, hotéis, shoppings, parques, estádios, agências bancárias, escolas, universidades, praias, fechados. Mercados, drogarias e hospitais, abertos. A contingência – anárquica por excelência, por assim dizer – se impôs a todos.

O imprevisto, com efeitos em escala global, fez irromper uma conjuntura com uma série de desafios num grau de complexidade que pôs a teste, por exemplo, a agilidade na elaboração de respostas e formulação de soluções por parte de cientistas, a estatura de lideranças políticas no mundo inteiro, a fé, de teístas e ateístas, e a capacidade de todos de responder à altura de demandas de prevenção e cuidado, no combate ao vírus, em uma frente, e no trabalho de reorganização da vida, com as consequências do atual estado de coisas, em outra frente.

O coronavírus já ceifou milhares de vidas, de quaisquer continentes, quaisquer graus de educação (de analfabetos a doutores),
ou condições econômicas (de empregadas domésticas a banqueiros), cor, sexo, nacionalidade, faixa etária, entre outros aspectos de semelhanças. Aqueles que alimentam a apologia a preconceitos/discriminações, em suas mais diversas facetas, veem cair drasticamente as bases de sustentação da própria desarrazoabilidade do que, nesse sentido, manifestam. Não há espécies humanas, mas uma espécie humana única. Aquilo que remete às nossas semelhanças, o faz, de um modo geral, ao que há em comum a todos da nossa espécie. Nenhuma diferença, no entanto, torna alguém menos ou mais humano. O respeito, portanto, tem forte poder de se constituir (como elemento mínimo necessário) um dos pilares de uma civilização digna de ser experimentada como tal.

Uma excepcionalidade como esta, que fura os modelos que temos da vida, tal como a re-conhecemos, deve ser suficientemente capaz de nos interrogar às raízes de nossos
pensamentos, nossos referenciais interpretativos sobre o presente e sobre o destino, do ponto de vista individual, societário e relativo à própria espécie.

A ideia, da qual se extrai conforto, de que o homem tem o controle sobre a sua própria existência, revela-se, tal como agora, de forma intensa, uma impropriedade à razão. O que está em questão, aliás, abre condições de por em xeque aquilo mesmo que se tem chamado pelo nome de realidade, uma vez que, em ocasiões diversas, a alguns mais comuns que a outros, vê-se a dialética sobre realidade e simulação (ou simulacro), de modo que se costuma deixar a realidade de um lado – diga-se, o nosso lado -, e a simulação ou simulacro, ao domínio da ficção, seja ela científica/cinematográfica/literária, ou não, ou seja, algo que, em si mesmo, estaria “aquém” ou “além” da realidade. A noção de controle, e portanto, de previsibilidade, mais acalenta, ilusoriamente, em busca de algo da ordem do conforto, a respeito de nosso poder e do quão seríamos seres superiores no universo, enquanto indivíduo/espécie, e menos retrata um atributo real e efetivamente humano.

O mundo, que desde os tempos antigos viu a resolução de problemas serem provenientes do capital financeiro, encontra-se imóvel, pois o capital representa nesse momento uma impotência diante da natureza do desafio, ainda que não deixe de servir como anódino a diversas situações, desde o desenvolvimento de vacinas/medicamentos, até as que se inscrevem no campo sensível da sobrevivência. O capital continua a ocupar posição central no mundo, mas o seu eixo, ainda que temporariamente, e de forma sensível, agora sofre um deslocamento.

A vida contemplativa ganha espaço, podendo florescer, horizontal (alcance) e verticalmente (profundidade), e fazer ver surgir o que o looping não revela, e que é sobremaneira importante e valioso. A beleza da fé, da vida, do nosso planeta, das pessoas com quem compartilhamos nossa existência,
do cotidiano, do tempo, dos encontros, dos gestos, das emoções, dos olhares, da escuta, da fala, da arte, do vinho, do filosofar, vetores que enriquecem as nossas vidas, por uma ética para com a própria vida. As máquinas, que tem substituído substancialmente a força de trabalho humana ao redor do planeta, encontram-se desligadas mundo a fora. É o homem, “sobre duas pernas, como tal”, que se vê agora diante de si, e portanto, do seu próprio lugar.

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Concebo a clínica como lugar de vivificação da existência humana. Aqueles que se dão à oportunidade para esse importante passo, motivados a partir da presença de um sinto-ma, cuja razão de ser pode não estar revelada a priori, podem vir a encontrar, no seio da experiência por nós proposta, novas razões de ser para si próprio e, portanto, para um fazer mais interessante e pleno com a própria vida.

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